Mademoiselle Cínthia


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sábado, 30 de julho de 2011

Vício

Me deixa te ressurgir da descrença
Desvendar sua desavença
Te sorrir e encantar
Pra se jogar do alto sem medo
Como quem se afoga no mar
Pulando do navio perfeito

Me deixa reinventar seu sorriso
Tornar em mim o seu abrigo
Redescobrir sua sorte
Sem medir algum esforço
Sem medo algum da morte
Fazer do receio um esboço
Te refazer do sul ao norte

Me deixa ser a voz que você ouve
Ou o som lá fora da chuva
Ser aquele a quem te perturba
sem você se deixar perturbar
Como uma onda turva
Que so deseja te puxar

Me deixa ser o arrepio
Da mais forte adrenalina
Em uma pequena menina
Como um trem que sai do trilho
e corre livre no chão
E desejar como um mendigo
que vê na mercearia
seu tão desejado pão

Me deixa então te envenenar
Fazer tomar meu veneno
nas doses mais suaves e implícitas
Te fazer embriagar
E me tornar a epinefrina
Que vai te seduzir
E desta vez, nenhuma altura ou doçura
Nem crenças místicas
Vão fazer desacreditar
Que todo mundo pode ser engolido
Mas que só se deixa engolir
Pelo que te viciar