
Ouviram no Ipiranga às margens plácidas
Um homem que por amor se matou
Ouviram no Ipiranga às margens plácidas
Um grito que a muito se calou
De amor e de esperança a terra desce
Pr'um buraco que a todos consome
E o gigante pela própria natureza
É o mesmo que a mata, é o homem!
Os filhos deste solo, mãe gentil
Se esqueceram que é a própria pátria amada
Ó mãe, de coração tão varonil
Perdoe essa cria tão ingrata
Ao som do mar, e a luz do céu profundo
Ouve-se a dor causada pelo homem
Salve Salve, mão gentil, terra adorada
Que acolhe essas crianças que se comem
Linda pátria de amores, de clareza
Teus risonhos, lindos campos não tem flores
O teu passado que esperava tal grandeza
No futuro, tons de cinza, sem mais cores
Mas se ergues tal justiça, clava forte
Outra pauta que a muita a abandonou
Tal passado realmente tinha glória
Mas no futuro houve a dor que lhe causou
Pátria amada, idolatrada, que hoje chora
Salve salve, sua lágrima tão digna
Aquele grito que por todos se calou
Vira silêncio que logo após um paradigma